sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Uma quase história feliz ~

Não era só o olhar. Era algo a mais. Algo mais que o olhar, algo mais profundo, mais intenso. Toda vez que me olhava, eu estremecia. Estremecia dos pés a cabeça. Um arrepio sórdido, não qualquer um. Um arrepio, como algo inédito, mas que nunca fora tão inédito assim. Toquei as mãos dela, tão lisa quanto a pele de um bebê. Levei gentilmente a minha boca, e a beijei sutilmente. Eu nunca senti algo assim antes. Como poderia... Como poderiam aqueles olhos de montanhas mexer tanto assim comigo. Como se me conhecesse, aprofundava-se em minha alma. Olhos penetrantes, olhos não de amor, mas de desejo. Olhos intensos. Olhos que me excitavam, mas que ao mesmo tempo me doíam. Como chuva que cai e não cessa, e eu sem querer cessar.
Ela me falou, e falou que não poderia. Já estava prometida. E eu, ai de mim, um apaixonado amante - e cada vez mais apaixonado, sem os dotes que mereciam comprá-la.

Ela era assim, amava as jóias e tudo que fosse comprado, todas as riquezas mais belas, - sim, essas ela amava. Em seu cabelo carregava uma tiara com um rubi central, acompanhado por diamantes. O rubi - a sua pedra predileta, realçavam os seus belos cachos dourados, quase como de ouro. Seu vestido continha o mais alto bordado, e era do tecido mais fino que pudera existir. Seu salto, não, não era de cristal. Se bem que assim fosse a vontade dela. Calçava-se por uma bota que contrastava seu vestido rosado. Ela também era assim em suas vestimentas, contrariava até nisso. Quanto ao seu jeito de ser. Ah, isso era uma metáfora até pra ela mesma. Não gostava de ser previsível, gostava de variar. Odiava quando previam suas atitudes, seus movimentos. Como em seu jogo predileto - o xadrez, ela usava a estratégia de enganar. Um jeito engraçadamente irônico. Um jeito moleca, mas que sabia seduzir. E eu o adorava. Embora a trilha que ela mais amasse eu odiasse, ainda assim gostávamos dos mesmos filmes.

Ah... Era tão doloroso ter de tratá-la tão gentilmente, quando minha mente a despia bruscamente, desejando tê-la. Pelo menos... Mais uma vez[?].


~

E então, o que será que aconteceu entre esses dois?
Houve ou não algo a mais? E o destino, irá ou não uni-los, separá-los? ~
Esperem, e verão. Porque nem eu sei ainda, embora eu que esteja escrevendo tanta besteira i.i~

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Multidão ~

As vezes nos sentimos sozinhos. Em certas situações com medo. A maioria das vezes, queremos alguém pra dividir momentos, e os que mais precisamos dividir são os tristes.

Um ex-poema que veio a calhar [ http://www.fotolog.com/sooner_life/37948739 ]

~

Porque as vezes mesmo precisando de palavras doces e acolhedoras,
um abraço, um carinho... supre toda essa necessidade de evazivas.
As vezes palavras podem bastar, e os gestos completar.

~

Olhou para o lado, parecia triste. Forçou mais um sorriso. Às vezes sorria para o vento, como se esse fosse lhe retribuir o que gostaria de receber. Não sabia o que queria, mas sabia o que gostaria de ter naquele momento. Sentia falta de amigos, dos verdadeiros. Daqueles que talvez - ela fora muitas vezes, mas dispensou muitas vezes também. No momento em que estava, todos eles sumiam. Viravam fumaça em meio a multidão. Multidão que de todos não se salva um. Multidão que rodeava a sua cabeça.

Sem animo de continuar. la La la