quinta-feira, 13 de maio de 2010

As lembranças podem machucar - ou não.


Foi quando ela estava arrumando sua cama que ela reparou no desenho que formava um coração, e ao lado desse desenho havia o nome dele. Ela lembrou de quando tinha brincado, junto a ele, de desenharem o nome - um do outro, e fazerem uma representação do que sentiam. Ela desenhou um coração, e ele fez um rabisco. Ela riu internamente de sua imaturidade ao acreditar que aquilo significava algo. De certo que não. Ela seria só uma distração, como sempre fora. Talvez não se enquadrasse neles dois aquela menina tão necessitada de atenção e tão carente. Talvez, não se encaixasse só nele.
Ela tentou apagar aquele desenho com as mãos, esfregou durante algum tempo. Viu que era uma tentativa frustada. Aquele rabisco ainda continuava ali, mais fraco. Mas continuava... E seus olhos que haviam adquirido um brilho especial ao lembrar daquela história, agora derramara uma lágrima.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Choro interno ~


Em sua cabeça rodavam passados. Aqueles mesmos, embaçados e confusos. E sua insegurança só fazia piorar tudo. Ela vivia insegura. Ela vivia com medos. Tinha medo de tudo e todos. Medo de se ferir, medo do escuro. Medos infinitos...
Seus medos eram tão grandes que lhe ofuscava a vida, talvez. Ela não sabia, porque sua insegurança não lhe deixava saber ao certo.
Ela tentava ser gentil com todos, mas como ela havia aprendido bem, nem todos eram tão gentis com ela. Ela tinha medo do que pensariam sobre ela. Ela tinha medo de perder quem ela tinha - e não eram muitos, dois ou três amigos no máximo. E ela tinha medo de perdê-los, porque se os perdesse não teria mais ninguém. Tinha medo deles encontrarem alguém melhor que ela, porque ela tinha muitos defeitos, e conhecia eles bem demais. E isso lhe gerava mais insegurança do que o normal.
Se sentia só, naquela quadra, sorrindo e comendo seu sanduíche com rodelas de tomate, como se nada estivesse acontecendo. Mas acontecia. Em sua cabeça, em seu interior, ela chorava... Choro interno.